A Cruz do baralho cigano
A última carta do baralho cigano tradicional – a carta 36 – é representada pela cruz cristã. Representa no jogo a finalização de um ciclo, de um tempo, de um período. Não falamos aqui em finalizações associadas a rupturas ou afastamentos, mas sim, ao ponto em que se vencem as dificuldades, superam-se os obstáculos que são postos em nossa jornada como situações pelas quais devemos passar, como se fossem provas que nos tornam mais fortes, evoluídos e maduros. Esta carta o momento em que as dificuldades são superadas e estamos prontos para iniciarmos uma nova etapa em nosso caminho.
Se pensarmos que as cartas ciganas descrevem um ciclo que se inicia com o Cavaleiro, a carta 1, que significa novos caminhos, início de algo, novidade, os primeiros passos de um ciclo (além de outros significados que variam de acordo com o contexto), vemos na última carta – A Cruz – a finalização desse ciclo em que o próximo passo seria novamente o Cavaleiro – ou seja – o início de uma nova etapa da vida.
Historicamente, a cruz já representou a morte e a dificuldade. A cruxificação foi reconhecido como o método de tortura e morte mais violento usado no Império Romano, portanto passou a representar sofrimento e dificuldade: “Sua cruz era pesada”, “Essa é minha cruz”. Cristo teria carregado sua própria cruz durante seu fragelo.
Mas, se por um lado, a cruz é visto como símbolo de sofrimento e dor, por outro, dentro do cristianismo, ela representa a ressurreição após a morte, o fim do sofrimento e a redenção. Com base nessa simbologia da cruz, vemos na carta 36 do baralho cigano a finalização do sofrimento, da dificuldade, um momento de superação. Também representa uma situação difícil pela qual o consulente irá passar, contudo terá forças para superá-la, vencendo os obstáculos, sendo conduzido assim para um outro ciclo, um outro momento de sua caminhada espiritual, sentindo-se mais forte, sábio e em um outro patamar de sua evolução.
A carta da Cruz, portanto, tem um valor positivo no baralho cigano. Responde como um SIM nas perguntas objetivas e representa a finalização de um ciclo difícil com a superação das dificuldades – uma vitória do consulente.