Assim como o baralho Lenormand, alguns decks de baralho cigano levam em consideração a leitura dos números e dos naipes de suas lâminas, além da energia central do significado – o símbolo da carta cigana, como por exemplo, as alianças (carta 25), a árvore (carta 5) e assim por diante. Sendo assim, vamos abordar aqui os naipes e as cartas ciganas, ou seja, qual a importância deles para a interpretação mais acurada de cada lâmina. Para melhor entendermos essa linha de raciocínio e facilitarmos o aprofundamento de sua interpretação, vamos primeiro entender como funcionam os naipes. Os naipes, sejam eles das cartas ciganas ou do próprio tarô, estão ligados aos quatro elementos da natureza – terra, água, ar e fogo – e às energias que cada um deles simboliza para nós. Sendo assim, devemos observar que olhar para o naipe ao qual uma carta pertence significa levar em consideração o elemento da natureza ao qual ela está relacionada e, consequentemente, a energia que cada está implícita em sua simbologia.
Vamos começar pelo naipe de Copas. Esse naipe está ligado ao elemento Água – intuição, subconsciente, energia feminina. As cartas que pertencem a esse grupo, o naipe de copas, estão relacionadas às emoções, aos afeições, empatia, percepção, desejos, relacionamentos. Se pensarmos sobre o lado negativo dessas energias, temos a ilusão, ficar preso ao mundo da fantasia fugindo da realidade, não conseguir separar o que é real ou fantasia. Sendo assim, independentemente do símbolo cigano que as cartas ciganas representam, a leitura dos naipes leva em consideração uma ação ou um contexto ligado aos sentimentos do consulente, sejam eles positivos ou negativos. Fazem parte das cartas de copas: O cavaleiro – carta 1 do baralho cigano – nove de copas; A casa – carta 4 do baralho cigano; A árvore – carta 5 – o rei de copas; A estrela – carta 16 – 6 de copas; A cegonha – carta 17 – a Rainha de copas; O Cão – carta 18 – o dez de copas; O Coração – carta 24 – O cavaleiro de copas; O homem – carta 28 – Às de Copas e a Lua, carta 32, o oito de copas.
Já o naipe de Paus pertence ao elemento Fogo, ou seja, aqui temos a conquista, a força transformadora, afirmação, aproximação com o divino, criatividade, prosperidade e ganhos. Por outro lado, essas energias podem evocar o apego, o materialismo, falsa aparência, o disfarce, contrariedades e dificuldades. No baralho cigano, as cartas que pertencem a esse naipe, em sua maioria, são negativas, ligadas à traição, mágoas, inveja, disputas, perdas, enfim, força destrutiva, mas transformadora. Pertencem a esse grupo: carta 6 – As nuvens – o rei de paus; a Carta 7 – A cobra – dama de paus; O chicote – carta 11 – cavaleiro de paus; a carta 14 – A raposa – 9 de paus; a carta 15 – O urso – o dez de paus; a carta 21 – O inimigo – oito de paus; a carta 23 – Os ratos – o sete de paus; a carta 25 – As alianças – o Ás de paus; a Carta 36 – A cruz – o seis de paus.
Agora vamos ao terceiro naipe de nossa jornada, o naipe de Espadas. Este naipe está ligado ao elemento Ar que representa os pensamentos, as ideias, o desejo ainda não realizado, a força, o poder e a coragem. Também pode estar ligado à ambição e a conflitos quando pensamos sobre seu lado negativo. O Ar está relacionado às ideias, aos desejos e sentimentos que iniciam no pensamento, no mundo invisível, mas que ganham forma através da ação. Pertencem a esse naipe: O navio – carta 3 – dez de espadas; O buquê – carta 9 – a Rainha de espadas; A criança – carta 13 – O cavaleiro de espadas; A torre – carta 19 – o seis de espadas; O jardim – carta 20 – o oito de espadas; O mensageiro – carta 27 – o 9 de espadas; A mulher – carta 29 – o Ás de espadas; Os lírios – carta 30 – o Rei de espadas.
E por fim, vamos ao naipe de Ouros, ligado ao elemento Terra, representa o mundo material, como posse, riqueza, poder, carreira, enfim. Levando em consideração que o elemento Terra tem relação com o cuidar, o nutrir e fortalecer, as cartas ligadas por esse naipe representam resiliência, força, paciência, trabalho, praticidade, expansão, ausência de impulsividade, consistência e firmeza nas ações. Pertencem a esse naipe as seguintes cartas: O trevo – carta 2 – seis de ouros; A morte – carta 8 – nove de ouros; A foice – carta 10 – o rei de ouros; Os pássaros – carta 12 – o sete de ouros; Os caminhos – carta 22 – a Rainha de ouros; O segredo – carta 26 – o dez de ouros; O sol – carta 31 – O às de ouros; A chave – carta 33 – oito de ouros; e, por fim, Os peixes – carta 34 – O Rei de ouros.
É muito importante entendermos que o foco de nossa leitura tanto no Lenormand quanto no Baralho Cigano é a imagem principal da lâmina e a simbologia que carrega. Os naipes seguem em um segundo plano da interpretação, concedendo a energia da carta, ou seja, através dele podemos ver se estamos em uma energia mais intuitiva, prática, material ou emocional, se a situação está sendo guiada por ideias, emoções, paixões, enfim. A observação dos naipes ajuda no repertório de sua interpretação trazendo mais profundidade e assertividade à sua interpretação. Nos posts seguintes, abordaremos além dos naipes, os números e as figuras do baralho trazendo para você uma abordagem mais elaborada para sua leitura. Depois deixe um comentário contando se esse conteúdo foi útil para você, dando suas sugestões ou deixando sua dúvida, será um prazer conversar com você.